Particípio do verbo falar...
Como dissemos anteriormente, são três as formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio.
O nosso particípio originou-se do particípio passado latino (em Latim, eram três os particípios: passado, presente e futuro).
É utilizado geralmente com o sentido passivo, na conjugação da voz passiva (digo geralmente, porque há particípios que possuem significação ativa, quando se denominam particípios depoentes - a pessoa a que estes particípios fazem alusão pratica a ação expressa pelos particípios, em vez de receber a ação: «mulher fingida» = «mulher que finge»; «ficou calado» = «calou-se»; «seja moderado» = «tenha moderação»...).
Há verbos que possuem dois particípios (os chamados verbos abundantes): um regular (também denominado íntegro ou normal) e um irregular (contrato ou anômalo, como também é chamado). Muita vez, o que se aponta como particípio irregular é na verdade um adjetivo.
Embora não haja dificuldades em utilizar o particípio, vem crescendo um péssimo hábito de conjugá-lo de forma incorreta. Destaque para o verbo falar: Muito tenho ouvido pessoas, inclusive dentro das instituições de ensino, dizerem «eu tinha falo». O particípio do verbo falar é falado; nunca falo. Não se trata de um verbo abundante; logo, só há um, e tão-somente um, particípio: o regular.
Falo, quando verbo, é a conjugação na primeira pessoa do singular no presente do modo indicativo.
Se alguém diz «tinha falo», «falo», aí, só pode ser substantivo, nunca um verbo. E, como substantivo, falo é o órgão genital masculino. Quem diz que «tinha falo» está afirmando que «tinha órgão genital masculino», e teria, pelo menos, de explicar como o perdeu - se acidentalmente ou por opção própria...