terça-feira, 30 de junho de 2009

Eça de Queiroz

JOSÉ MARIA DE EÇA DE QUEIROZ. Escritor romantista/realista português. Nasceu em Póvoa de Varzim, em 25 de novembro de 1845; faleceu em Paris, em 16 de agosto de 1900. Autor de vários romances, os de maior destaque são «Os Maias» e «O Crime do Padre Amaro», considerado, este último, como o melhor romance realista português do século XIX.

O Primo Basílio
(excerto do Capítulo VI)

«(...) Luísa, na cama, tinha lido, relido o bilhete de Basílio: Não pudera — escrevia ele — estar mais tempo sem lhe dizer que a adorava. Mal dormira! se de manhã muito cedo para lhe jurar que estava louco, e que punha a sua vida aos pés dela. Compusera aquela prosa na véspera, no Grêmio, às três horas, depois de alguns rubbers de uíste, um bife, dois copos de cerveja e uma leitura preguiçosa da ilustração. E terminava, exclamando: — "Que outros desejem a fortuna, a glória as honras, eu desejo-te a ti! Só a ti, minha pomba, porque tu és o único laço que me prende à vida, e se amanhã perdesse o teu amor, juro-te que punha um termo, com uma boa bala, a esta existência inútil!" — Pedira mais cerveja, e levara a carta para a fechar em casa, num envelope com o seu monograma, porque sempre fazia mais efeito.
E Luísa tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo conduzia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações! (...)»

Soneto - Gregório de Matos


Soneto
(Gregório de Matos)

Largo em sentir, em respirar sucinto,
Peno e calo, tão fino, e tão atento,
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço e sei que o sinto.

O mal, que fora encubro ou que desminto,
Dentro do coração é que o sustento
Com que, para penar é sentimento;
Para não se entender, é labirinto.

Ninguém sufoca a voz nos seus retiros:
Da tempestade é o estrondo efeito;
Lá tem ecos a Terra, o Mar, suspiros.

Mas oh, do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à boca os tiros
Dos combates que vão dentro do peito.

Soneto 96 (4-10) - Luís de Camões

Soneto 96 (4-10)

Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho, logo, mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada.

Se nela está minha alma transformada,
Que mais deseja o corpo de alcançar?
Em si somente pode descansar,
Pois consigo tal alma está liada.

Mas esta linda e pura semidéia,
Que, como o acidente em seu sujeito,
Assim como a alma minha se conforma,

Está no pensamento como idéia;
E o vivo e puro amor de que sou feito,
Como a matéria simples busca a forma.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ruy Barbosa

RUY BARBOSA DE OLIVEIRA. Jurista, político, diplomata, escritor, jornalista, filólogo, tradutor e orador brasileiro. Nasceu em Salvador, BA, em 5 de novembro de 1849; faleceu em Petrópolis, RJ, em 1º de março de 1923. Um dos maiores gênios da humanidade.


Oração aos Moços
(Excerto do discurso escrito em 1920, quando Ruy Barbosa fora escolhido Paraninfo da Turma de Bacharelandos da Faculdade de Direito de São Paulo. O discurso foi lido pelo Professor Reinaldo Porchat, diante da impossibilidade de Ruy Barbosa comparecer à solenidade)

«(...) Não, filhos meus (deixai−me experimentar, uma vez que seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal quanto se cuida. Há, ele, mais que um assombro fisiológico: um prodígio moral. É o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal. Vê, por isso, com os olhos d’alma, o que não vêem os do corpo. Vê ao longe, vê em ausência, vê no invisível, e até no infinito vê. Onde pára o cérebro de ver, outorgou−lhe o Senhor que ainda veja; e não se sabe até onde. Até onde chegam as vibrações do sentimento, até onde se perdem os surtos da poesia, até onde se somem os vôos da crença: até Deus mesmo, inviso como os panoramas íntimos do coração, mas presente ao céu e à terra, a todos nós presente, enquanto nos palpite, incorrupto, no seio, o músculo da vida e da nobreza e da bondade humana.
Quando ele já não estende o raio visual pelo horizonte do invisível, quando sua visão tem por limite a do nervo óptico, é que o coração, já esclerótico, ou degenerescente, e saturado nos resíduos de uma vida gasta no mal, apenas oscila mecanicamente no interior do arcaboiço, como pêndula de relógio abandonado, que agita, com as derradeiras pancadas, os vermes e a poeira da caixa. Dele se retirou a centelha divina. Até ontem lhe banhava ela de luz todo esse espaço, que nos distanceia do incomensurável desconhecido, e lançava entre este e nós uma ponte de astros. Agora, apagados esses luzeiros, que o inundavam de radiosa claridade, lá se foram, com o extinto cintilar das estrelas, as entreabertas do dia eterno, deixando−nos, tão−somente, entre o longínquo mistério daquele termo e o aniquilamento da nossa miséria desamparada, as trevas de outro éter, como esse que se diz encher de escuridão o vago mistério do espaço. Entre vós, porém, moços, que me estais escutando, ainda brilha em toda a sua rutilância o clarão da lâmpada sagrada, ainda arde em toda a sua energia o centro de calor, a que se aquece a essência d’alma. Vosso coração, pois, ainda estará incontaminado; e Deus assim o preserve.(...)»

Machado de Assis

O maior escritor da humanidade, em todos os tempos: Machado de Assis. Desculpem-me Camões, Cervantes, Alighieri, Shakespeare...
E por falar em Shakespeare, eis parte da tradução do solilóquio básico de Hamlet (de W. Shakespeare), quando o Príncipe da Dinamarca se posta diante de uma escolha.
Machado de Assis foge do pueril «ser ou não ser», e, magistralmente, «receita» como escapar do lugar comum e lançar-se à magnificência da poesia. Isto que é ser escritor!

Hamlet
(William Shakespeare. Excerto do Ato III, Cena I - Tradução de Machado de Assis)

É mais nobre à cerviz curvar aos golpes
Da ultrajosa fortuna, ou já lutando
Extenso mar vencer de acerbos males?
Morrer, dormir, não mais. E um sono apenas.
Que as angústias extingue e à carne a herança.
Da nossa dor eternamente acaba,
Sim, cabe ao homem suspirar por ele.
Morrer, dormir. Dormir? Sonhar, quem sabe?...

Alphonsus de Guimaraens


ALPHONSUS HENRIQUE DE GUIMARAENS. Escritor brasileiro, nasceu em Ouro Preto, MG, em 24 de julho de 1870; faleceu em Mariana, MG, em 15 de julho de 1925. Seus sonetos apresentam estrutura clássica, nos quais explorava o sentido da morte, do amor impossível e da solidão. Outra característica de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina, que a via como um anjo. Por isso, diz-se que Alphonsus Guimaraens era neo-romântico e simbolista ao mesmo tempo.


Vaga em Redor de Ti...

Vaga em redor de ti uma fulgência,
Que tanto é sombra quanto mais fulgura:
O teu sorriso, que é divino, vence-a,
E ela, que é luz de estrela, pouco dura.

De outra não sei que tenha a etérea essência
Que nos teus olhos brilha: nem a pura
Linha de arte de tal magnificência,
Como a que o rosto de anjo te emoldura.

Na candidez ebúrnea do semblante
Tens um lis de ternura, que desliza
À flor da pele em mágoa suavizante.

Não sei que manto celestial arrastas...
És como a folha do álamo que a brisa
Beija e balança ao luar das noites castas.

Maciel Monteiro


ANTÔNIO PEREGRINO MACIEL MONTEIRO, 2º Barão de Itamaracá. Médico, político, diplomata e poeta brasileiro. Nasceu no Recife, PE, em 30 de abril de 1804; faleceu em Lisboa, Portugal, em 5 de janeiro de 1868.



Soneto

Formosa, qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
Formosa, qual jamais desabrochara
Na primavera a rosa purpurina;

Formosa, qual se a própria mão divina
Lhe alhinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual jamais o céu brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;

Formosa, qual se a natureza e a arte,
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores,
Jamais soube imitar no todo ou parte;

Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!


Mal Secreto - Raimundo Correia

Mal Secreto
(Raimundo Correia)

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente ri, talvez, consigo,
Guarga um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

Peixes, Pássaros, Pessoas - Mariana Aydar

Mariana Aydar - Peixes, Pássaros, Pessoas

1. Florindo
2. Palavras não falam
3. Beleza (participação especial de Mayra Andrade)
4. Aqui em casa
5. Pras bandas de lá
6. Manhã azul
7. Tá
8. Peixes
9. Nada disso é pra você
10. Poderoso rei
11. O samba me persegue (participação especial de Zeca Pagodinho)
12. Teu amor é falso
13. Tudo que eu trago no bolso




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Vicente de Carvalho

VICENTE AUGUSTO DE CARVALHO. Poeta parnasiano brasileiro, contista, Advogado, jornalista, político e magistrado. Nasceu em Santos, SP, em 5 de abril de 1866; faleceu em São Paulo, SP, em 22 de abril de 1924. Seu grande tema era o mar, o que lhe rendeu a alcunha «Poeta do Mar».


Velho Tema

Só a leve esperança, em toda a vida,
disfarça a pena de viver, mais nada;
nem é mais a existência, resumida,
que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
sonho que a traz ansiosa e embevecida,
é uma hora feliz, sempre adiada,
e que não chega nunca em toda vida.

Essa felicidade que supomos,
árvore milagrosa que sonhamos
toda arreada de dourados pomos,

existe, sim; mas nós não a alcançamos,
porque está sempre apenas onde a pomos,
e nunca a pomos onde nós estamos.

Alberto de Oliveira



ANTÔNIO MARIANO ALBERTO DE OLIVEIRA. Poeta parnasiano brasileiro, professor, farmacêutico. Nasceu em Palmital de Saquarema, RJ, em 28 de abril de 1857; faleceu em Niterói, RJ, em 19 de janeiro de 1937. Foi Membro Honorário da Academia de Ciências de Lisboa e um dos fundadores, a convite de Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras em 1897, ocupando a Cadeira nº 8, cujo Patrono, escolhido pelo ocupante, é Cláudio Manuel da Costa.


Horas Mortas

Breve momento, após comprido dia

De incômodos, de penas, de cansaço,

Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,

Posso a ti me entregar, doce Poesia!


Desta janela aberta à luz tardia

Do luar em cheio a clarear o espaço,

Vejo-te vir, ouço o leve passo

Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica.

Mas é tão tarde! Rápido flutuas,

Tornando logo à etérea imensidade;


E na mesa a que escrevo apenas fica.

Sobre o papel - rastro das asas tuas -
Um verso, um pensamento, uma saudade.

Língua Portuguesa - Olavo Bilac

Língua Portuguesa
(Olavo Bilac)


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: «Meu filho!»,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


Por Elas - Chico Buarque

Chico Buarque - Por Elas

1. Partido alto - Cássia Eller
2. Apesar de você - Clara Nunes
3. Olhos nos olhos - Nara Leão
4. Deixa a menina - Ivete Sangalo
5. Com açúcar e com afeto - Fernanda Takai
6. Quem te viu, que te vê - Mônica Salmaso
7. Atrás da Portela - Elis Regina
8. Anos dourados - Miúcha
9. O meu amor - Maria Bethânia e Alcione
10. Sobre todas as coisas - Maria Rita
11. A história de Lilly Braun - Maria Gadú
12. Ciranda da bailarina - Adriana Calcanhoto
13. O meu guri - Beth Carvalho
14. Valsinha - Monique Kessous


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Por Eles - Chico Buarque

Chico Buarque - Por Eles

1. A Rita - Zeca Pagodinho
2. Gente humilde - Renato Russo e Hélio Delmiro
3. Beatriz - Milton Nascimento
4. Samba do grande amor - João Nogueira
5. Samba e amor - Caetano Veloso
6. Até o fim - Zeca Baleiro
7. Cotidiano - Marcelinho da Lua (participação especial de Seu Jorge)
8. Bye bye, Brasil - Ed Motta e João Donato
9.Tatuagem - Djavan
10. Sonho de um carnaval - Paulinho da Viola
11. A banda - Wilson Simonal
12. Roda viva - Ivan Lins e Nó em Pingo D'Água
13. Construção - Ney Matogrosso
14. Baticum - Lenine



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domingo, 28 de junho de 2009

Gonzagão Sempre - Luís Gonzaga

Gonzagão - Sempre

1. Asa branca

2. Respeita Januário
3. Sabiá
4. Baião

5. O xote das meninas
6. Juazeiro

7. Paraíba

8. Assum preto
9. Qui nem jiló

10. A vida do viajante (participação especial de Luís Gonzaga Jr.)
11. Vem morena
12. ABC do sertão

13. Riacho do navio

14. Cintura fina

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Duetos - Zé Ramalho

Zé Ramalho - Duetos

1. Chão de giz (a0 vivo) - em dueto com Elba Ramalho
2. Sinônimos - em dueto com Chitãozinho & Xororó
3. Garoto de aluguel (Táxi boy) - em dueto com Belchior
4. Galope Razante (ao vivo) - em dueto com Geraldo Azevedo
5. Porta de luz - em dueto com Zélia Duncan
6. O amanhã é distante (Tomorrow is a long time) - em dueto com Geraldo Azevedo
7. Fica mal com Deus - em dueto com Luís Gonzaga
8. Pedras que cantam (ao vivo) - em dueto com Paulinho Moska
9. A terceira lâmina (ao vivo) - em dueto com Elba Ramalho
10. Procurando a estrela - em dueto com Daniela Mercury
11. Coração bobo - em dueto com Alceu Valença
12. A nave interior - em dueto com Pitty
13. Banquete de signos - em trio com Elba Ramalho e Geraldo Azevedo
14. Bienal - em dueto com Zeca Baleiro


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Psicologia de Um Vencido - Augusto dos Anjos

Psicologia de Um Vencido
(Augusto dos Anjos)

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.


Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.


Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,


Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Último Credo - Augusto dos Anjos

Último Credo
(Augusto dos Anjos)

Como ama o homem adúltero o adultério
E o ébrio a garrafa tóxica de rum,
Amo o coveiro - este ladrão comum
Que arrasta a gente para o cemitério!

É o transcendentalíssimo mistério!
É o nous, é o pneuma, é o ego sum qui sum,
É a morte, é esse danado número Um
Que matou Cristo e que matou Tibério!

Creio, como o filósofo mais crente,
Na generalidade decrescente
Com que a substância cósmica evolui...

Creio, perante a evolução imensa,
Que o homem universal de amanhã vença
O homem particular eu que ontem fui!



«Os Lusíadas» (excerto) - Luís de Camões

Capa da primeira edição de Os Lusíadas, em 1572


Os Lusíadas. Obra poética do escritor lusitano, Luís Vaz de Camões, na qual se descreve, como tema central, a descoberta do caminho das Índias, pelo navegador V. da Gama, além de descrever outros episódios da história portuguesa. Concluída, provavelmente, em 1556. Foi publicada pela primeira vez em 1572. A obra contém 10 cantos, divididos em oitavas decassílabas, sujeitas ao esquema rímico AB AB AB CC (oitava rima camoniana), totalizando 1.102 estrofes.
Eis uma pequena mostra desta obra prima. As quatro primeiras estrofes do Canto 1.




Os Lusíadas

(Canto I)

As armas e os Barões assinalados
Que da Ocidental praia Lusitana
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando,
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandro e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

E vós, Tágides minhas, pois criado
Tendes em mi um novo engenho ardente,
Se sempre em verso humilde celebrado
Foi de mi vosso rio alegremente,
Dai-me agora um som alto e sublimado,
Um estilo grandíloco e corrente,
Por que de vossas águas Febo ordene
Que não tenham enveja às de Hipocrene.


(...)


sábado, 27 de junho de 2009

Antero de Quental


ANTERO TARQUÍNIO DE QUENTAL. Poeta lusitano, nasceu nos Açores, em 18 de abril de 1842; faleceu em 11 de setembro de 1891. Em 1886, publicou «Sonetos Completos», que os críticos consideram ser sua melhor obra poética. De idéias socialistas, foi um dos fundadores do Partido Socialista Português. O transtorno bipolar, de que padecia, levou-o ao suicídio em 1891.


O Que Diz a Morte

Deixai-os vir a mim, os que lidaram;
Deixai-os vir a mim, os que padecem;
E os que cheios de mágoa e tédio encaram
As próprias obras vãs, de que escarnecem...

Em mim, os Sofrimentos que não saram,
Paixão, Dúvida e Mal, se desvanecem.
As torrentes da Dor, que nunca param,
Como num mar, em mim desaparecem. -

Assim a Morte diz. Verbo velado,
Silencioso intérprete sagrado
Das cousas invisíveis, muda e fria,

É, na sua mudez, mais retumbante
Que o clamoroso mar; mais rutilante,
Na sua noite, do que a luz do dia.


Soneto 12 (9-15) - Luís de Camões

Soneto 12 (9-15)
(Luís de Camões)

Busque amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças;
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde.
Vem não sei como, e dói não sei por quê.

Sem Poupar Coração - Nana Caymmi

Nana Caymmi - Sem Poupar Coração

1. Sem poupar coração
2. Contradições
3. Caju em flor
4. Senhorinhas
5. Bons momentos
6. Visão
7. Dúvida
8. Confissão
9. Fora de hora
10. Pra quem ama demais
11. Diamante rubi
12. Esmeraldas
13. Violão
14. Não se esqueça de mim

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Balaio de Amor - Elba Ramalho

Elba Ramalho - Balaio de Amor

1. Fuxico
2. Um baião chamado saudade
3. Riso cristalino
4. Não lhe solto mais
5. Me dá meu coração
6. Oferendar
7. É só você querer
8. Recado
9. D'estar
10. Ilusão nada mais
11. Se tu quiser
12. Seu aconchego
13. Bebedouro
14. Quem é você

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Canta Luiz Gonzaga - Zé Ramalho

Zé Ramalho - Canta Luiz Gonzaga

1. Amanhã eu vou
2. Baião / Imbalança / Asa branca
3. Asa branca
4. No meu pé de serra / O xote das meninas / Qui nem jiló
5. Assum preto
6. Não vendo, nem troco (com Dominguinhos)
7. ABC do sertão (com Xuxa)
8. Boiadeiro / Paraíba
9. Paraíba
10. Pau de arara (com Dominguinhos)
11. Olha pro céu / São João da roça
12. Fica mal com Deus (com Luiz Gonzaga)

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Zii e Zie - Caetano Veloso

Caetano Veloso - Zii e Zie

1. Perdeu
2. Sem cais
3. Por quem?
4. Lobão tem razão
5. A cor amarela
6. Base de Guantánamo
7. Falso Leblon
8. Incompatibilidade de gênios
9. Tarado ni você
10. Menina da Ria
11. Ingenuidade
12. Lapa
13. Diferentemente

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Sacos Plásticos - Titãs

Titãs - Sacos Plásticos

1. Amor por dinheiro
2. Antes de você
3. Sacos plásticos
4. Porque eu sei que é amor
5. A estrada
6. Agora eu vou sonhar
7. Quanto tempo
8. Deixa eu sangrar
9. Problema
10. Não espere perfeição
11. Quem vai salvar você do mundo
12. Múmias
13. Deixa eu entrar
14. Nem mais uma palavra


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Soneto 2 (13-19) - Luís de Camões

Soneto 2 (13-19)
(Luís de Camões)

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma coisa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédi0, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Via-Láctea - Soneto XI - Olavo Bilac

Via-Láctea - Soneto XI
(Olavo Bilac)

De outras sei que se mostram menos frias,
Amando menos do que amar pareces.
Usam todas as lágrimas e preces:
Tu de acerbas risadas e ironias.

De modo tal minha atenção desvias,
Com tal perícia meu engano teces,
Que, se gelado o coração tivesses,
Certo, querida, mais ardor terias.

Olho-te: cega ao meu olhar te fazes...
Falo-te - e com que fogo a voz levanto! -
Em vão... Finges-te surda às minhas frases...

Surda: e nem ouves meu amargo pranto!
Cega: e nem vês a nova dor que trazes
À dor antiga que doía tanto!


Versos Íntimos - Augusto dos Anjos

Versos Íntimos
(Augusto dos Anjos)

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Luís de Camões




LUÍS VAZ DE CAMÕES. O maior poeta lusitano e um dos maiores da Humanidade. Nasceu por volta de 1524, em lugar desconhecido, faleceu em Lisboa, em 10 de junho de 1580. Pertencia à escola classicista. Entre sua vasta obra, a mais significativa é a epopéia Os Lusíadas.


Soneto 88 (24-29)

Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: - Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida!

Cruz e Sousa





JOÃO DA CRUZ E SOUSA. Poeta brasileiro, nascido em Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis), em 24 de novembro de 1861, falecido em Estação do Sítio, em 19 de março de 1898. Foi um dos precursores do simbolismo no Brasil. Seus poemas são marcados por impressionante musicalidade, pelo individualismo, pelo sensualismo e por uma obsessão pela cor branca. É Patrono da Cadeira 15 da Academia Catarinense de Letras.

Em Sonhos...


Nos Santos óleos do luar, floria
Teu corpo ideal, com o resplendor da Helade...
E em toda a etérea, branda claridade
Como que erravam fluidos de harmonia...


As Águias imortais da Fantasia

Deram-te as asas e a serenidade

Para galgar, subir a Imensidade

Onde o clarão de tantos sóis radia.


Do espaço pelos límpidos velinos
Os Astros vieram claros, cristalinos,
Com chamas, vibrações, do alto, cantando...

Nos santos óleos do luar envolto
Teu corpo era o Astro nas esferas solto,
Mais Sóis e mais Estrelas fecundando!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Castro Alves




ANTÔNIO FREDERICO DE CASTRO ALVES. Poeta brasileiro, nascido em Curralinho (atualmente Castro Alves), Estado da Bahia, em 14 de março de 1847; falecido em Salvador, aos 24 anos de idade, em 6 de julho de 1871. Conhecido por «Poeta dos Escravos», em razão da sua poesia marcadamente contrária à escravidão. É o Patrono da Cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras.

7ª Sombra - Dulce

Se houvesse ainda talismã bendito
Que desse ao pântano - a corrente pura,
Musgo - ao rochedo, festa - à sepultura,
Das águias negras - harmonia ao grito...,

Se alguém pudesse ao infeliz precito
Dar lugar no banquete da ventura...
E tocar-lhe o velar da insônia escura
No poema dos beijos - infinito...,

Certo. . . serias tu, donzela casta,
Quem me tomasse em meio do Calvário
A cruz de angústias que o meu ser arrasta!. . .

Mas, se tudo recusa-me o fadário,
Na hora de expirar, ó Dulce, basta
Morrer beijando a cruz de teu rosário!...

Bocage



MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE. Poeta português, maior representante do arcadismo lusitano. Nasceu em Setúbal, em 15 de setembro de 1765; faleceu em 21 de dezembro de 1805. Em 1791, ingressou na Academia das Belas Letras ou Nova Arcádia, adotando o pseudônimo Elmano Sadino. Em meados de 1786, passou pela Cidade do Rio de Janeiro, encantando-se com suas belezas naturais. Conhecido pela sua poesia satírica, destacou-se, também, por seu incomparável lirismo.

Soneto IV

Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel de paixões que me arrastava;
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim quase imortal a essência humana!

De que inúmeros sóis a mente ufana
Existência falaz me não dourava!
Mas eis sucumbe Natureza escrava
Ao mal que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus, e meus tiranos!
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumiu dos desenganos.

Deus, ó Deus! Quando a morte a luz me roube,
Ganhe um momento o que perderam anos,
Saiba morrer o que viver não soube.


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Faro - Vander Lee


Vander Lee - Faro

01. EU E ELA
02. DO BÃO
03. FAROL
04. FUI
05. PONTO DE LUZ
06. NINGUÉM VAI TIRAR VOCÊ DE MIM
07. OBSCURIDADE
08. O BAILE DOS ANJOS
09. NUNCA NÃO
10. NEGA NAGÔ
11. CACOS
12. DESEJO DE FLOR


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Pelo Sabor do Gesto - Zélia Duncan

Zélia Duncan - Pelo Sabor do Gesto

1. Pelo Sabor do Gesto
(As-tu dejà aimé?, de Alex Beaupain, versão Zélia Duncan)

2. Sinto Encanto
(Moska / Zélia Duncan)

3. Tudo Sobre Você
(John Ulhoa / Zélia Duncan)

4. Telhados de Paris
(Nei Lisboa)

5. Se Um Dia Me Quiseres
(Zélia Duncan / Zeca Baleiro)

6. Se Eu Fosse
(Dante Ozzetti / Zélia Duncan)

7. Os Dentes Brancos do Mundo
(Marcos Valle / Paulo Sérgio Valle)

8. Todos os Verbos
(Marcelo Jeneci / Zélia Duncan)

9. Ambição
(Rita Lee)

10. Duas Namoradas
(Itamar Assumpção / Alice Ruiz)

11. Nem Tudo
(Edu Tedeschi / Zélia Duncan)

12. Aberto [Faixa 11]
(Edu Tedeschi / Zélia Duncan)

13. Esporte Fino Confortável
(Chico César / Zélia Duncan)

14. Boas Razões
(De Bonnes Raisons, de Alex Beaupain, versão Zélia Duncan)



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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Raimundo Correia


RAIMUNDO DA MOTA DE AZEVEDO CORREIA foi juiz e poeta parnasiano brasileiro. Nasceu em 13 de maio de 1859, a bordo do navio São Luiz, ancorado em águas maranhenses; morreu em 13 de setembro de 1911, em Paris. Iniciou sua carreira poética com o livro «Primeiros Sonhos». Adotou como tema de suas poesias a perfeição formal dos objetos. Sua poesia foi marcada por um forte pessimismo.

As Pombas

Vai-se a primeira pomba despertada...
Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sangüínea e fresca a madrugada...

E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais, de novo, elas serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada...

Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um a um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;

No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Gregório de Matos


GREGÓRIO DE MATOS GUERRA. Poeta barroco nascido em Salvador/BA, em 20 de dezembro de 1623, falecido em Recife/PE em 1696. Foi contenporâneo do Padre Antônio Vieira. Formou-se em Direito, em 1661, pela Universidade de Coimbra. Conhecido como «Boca do Inferno», em função de sua poesia satírica. Considerado como o iniciador da literatura brasileira.



Soneto VI 

A cada canto um grande Conselheiro,
Que nos quer governar cabana e vinha: 
Não sabem governar sua cozinha, 
E podem governar o Mundo inteiro. 

Em cada porta um bem freqüente Olheiro, 
Da vida do vizinho e da vizinha, 
Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha 
Para o levar à Praça e ao Terreiro. 

Muitos Mulatos desavergonhados, 
Trazidos pelos pés aos Homens nobres; 
Posta nas palmas toda a picardia. 

Estupendas usuras nos mercados: 
Todos os que não furtam, muito pobres: 
Eis aqui a Cidade da Bahia.

domingo, 7 de junho de 2009

Bons Ventos Sempre Chegam - Luiza Possi



Luiza Possi - Bons Ventos Sempre Chegam

01. Vou adiante - Baseado no Tema plus Viviant - Part. especial Lokua Kanza
02. Tudo Certo
03. Queixo caído
04
. Toda vez
05. Eu espero
06. Pode me dar
07. Cantar
08. Minha mãe
09. Pipoca contemporânea

10. Agora já é tarde
11. Ao meu redor
12. De graça
13. Paisagem

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Pensamentos...



«Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração.» (Kant)

«Assim como se diz que a hipocrisia é o maior elogio da virtude, a arte de mentir é o mais forte reconhecimento da força da verdade.» (William Hazlitt)

«Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela.» (Confúcio)

«A água corre tranqüila quando o rio é fundo.» (William Shakespeare)

«O repouso é bom, mas o tédio é irmão do repouso.» (Voltaire)

«Você será avarento se conviver com homens mesquinhos e avarentos. Será vaidoso se conviver com homens arrogantes. Jamais se livrará da crueldade se compartilhar sua casa com um torturador. Alimentará sua luxúria confraternizando-se com os adúlteros. Se quer livrar-se de seus vícios, mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.» (Sêneca)

«É extremamente fácil enganar a si mesmo, pois o homem geralmente acredita no que deseja» (Demóstenes)

«Precisamos parecer um pouco com os outros para compreender os outros, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los.» (Paul Géraldy)

«O que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano.» (Isaac Newton)

«Na atual sociedade, em que os valores estão invertidos, o dinheiro é capaz de comprar tudo, inclusive a verdade, a amizade e o amor. Mas, findo o dinheiro, esgotam-se, também, e ao mesmo tempo, as verdades, as amizades e os amores por ele comprados.» (Herbert Haeckel)

Curiosidades

Calcula-se que há 100 milhões de insetos para cada ser humano.

A maior borboleta do mundo é a Queen Alexandra Birdwing, encontrada numa pequena área da floresta tropical no norte da Papua Nova Guiné. A fêmea, que é maior que o macho, pode chegar a 31 cm de envergadura e ter massa de até 12kg. Está ameaçada de extinção, em razão da destruição de seu habitat natural.

O órgão sexual da aranha macha está localizado no final de uma de suas patas.

As abelhas possuem cinco olhos; três pequenos no topo da cabeça e os dois maiores na frente.

Alguns insetos conseguem viver até um ano sem a cabeça.

Uma barata pode viver até 6 dias sem a cabeça; acaba morrendo de fome, porque não tem como se alimentar.

As formigas comunicam-se por meio do olfato.

Mosquitos são atraídos duas vezes mais pela cor azul do que por qualquer outra cor.

O inseto com o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo é a formiga.

Os mosquitos fêmeos chupam o sangue, porque necessitam das proteínas para desenvolver os ovos que carregam.

Uma asa de mosquito move-se mil vezes a cada segundo.

As moscas domésticas vivem apenas 2 semanas.

Os mosquitos causaram mais mortes do que todas as guerras juntas.

A luz dos vaga-lumes é produzida pela oxidação de uma substância química chamada luciferina na presença de uma enzima chamada luciferase, de ATP (fonte de energia) e de magnésio. A cor e o ritmo da luz variam de acordo com a espécie. O animal pode controlar a produção, a duração e a intermitência (quantas vezes acende e apaga) da luz. A luminescência é um aviso aos inimigos para que se afastem. Nos adultos, também tem a função de atrair a fêmea para o acasalamento.