Luar em Barra Grande - óleo sobre tela de Spinelli d'Brito
Soneto 13
(Herbert Haeckel)
Emudeci com vê-la, então, chorando...
As lágrimas, demais sofridas, correm
Na áurea face, e os nimbos disfarçando
O pranto triste, das mágoas que
escorrem.
Entristeci-me com vê-la falando
Às estrelas, no escuro céu: «Não
chorem!
Eu assim sou, e vou para sempre amando
E as tristezas, um dia, vão-se...
Morrem!»...
Fitei-a: Lua, por que tu choras tanto?
Dize-me a razão para este teu pranto!
Aos soluços, a Lua, branca, linda,
Fala-me, com ternura, ela: «É o amor...
Que avassala, que impõe à alma o temor
De ter uma saudade que não finda!»...