O Abismo - óleo sobre tela de Edmilson Vieira da Costa
Soneto 16
(Herbert Haeckel)
Já não brilham estrelas no céu mais...
Na noite caligante, a solitude,
Que imola, que castiga por demais,
Toma-me o velho peito de inquietude...
E a alma em prantos, de culpas abismais,
Perde a esperança - já se desilude -,
E de remorsos morre, nas brumais
Noites repletas de vicissitude...
Volta – pedi, com insistência –, Estrela!
Vem clarear meu céu, de temerosa
Treva tomado!... Vão-se os sonhos meus,
Um a um, na manhã triste, por não vê-la,
Estrela minha... E fica a dolorosa,
Pungente, sensação do triste adeus!