Soneto 27
(Herbert Haeckel)
Na mádida manhã, vai-se a Lua tristonha,
Na mádida manhã, vai-se a Lua tristonha,
Chorosa de saudade - a angustiante dor -,
Da espera estéril pelo amado, com quem sonha,
Em crido sentimento, enternecer o amor...
E o Sol luzente acorda, e de longe acompanha
E o Sol luzente acorda, e de longe acompanha
A amante, acanhada, ir-se, ao vir então o alvor...
Chama-a para voltar, mas ela, com vergonha,
Esconde-se fugaz, volvendo ao Sol se pôr...
O par de amantes
sofre a eterna desventura,
E, pois, no
desencontro, amam-se longemente,
Como amado a ti tenho em perversa lonjura...
Se o Sol à Lua entrega amor alvinitente,
Entrego a ti amor
de lirial ternura,
E morro toda a vez
que te fazes ausente!