quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Soneto 3 - Gregório de Matos

 
 
Aos 373 anos do nascimento do maior poeta barroco brasileiro: Gregório de Matos
 
Soneto 3
(Gregório de Matos) 
 
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido,
Porque quanto mais tenho delinqüido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história:

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
 
 

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Dicas de Gramática


Particípio do verbo falar...

Como dissemos anteriormente, são três as formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio.
O nosso particípio originou-se do particípio passado latino (em Latim, eram três os particípios: passado, presente e futuro).
É utilizado geralmente com o sentido passivo, na conjugação da voz passiva (digo geralmente, porque há particípios que possuem significação ativa, quando se denominam particípios depoentes - a pessoa a que estes particípios fazem alusão pratica a ação expressa pelos particípios, em vez de receber a ação: «mulher fingida» = «mulher que finge»; «ficou calado» = «calou-se»; «seja moderado» = «tenha moderação»...).
Há verbos que possuem dois particípios (os chamados verbos abundantes): um regular (também denominado íntegro ou normal) e um irregular (contrato ou anômalo, como também é chamado). Muita vez, o que se aponta como particípio irregular é na verdade um adjetivo.

Embora não haja dificuldades em utilizar o particípio, vem crescendo um péssimo hábito de conjugá-lo de forma incorreta. Destaque para o verbo falar: Muito tenho ouvido pessoas, inclusive dentro das instituições de ensino, dizerem «eu tinha falo». O particípio do verbo falar é falado; nunca falo. Não se trata de um verbo abundante; logo, só há um, e tão-somente um, particípio: o regular.
Falo, quando verbo, é a conjugação na primeira pessoa do singular no presente do modo indicativo.
Se alguém diz «tinha falo», «falo», aí, só pode ser substantivo, nunca um verbo. E, como substantivo, falo é o órgão genital masculino. Quem diz que «tinha falo» está afirmando que «tinha órgão genital masculino», e teria, pelo menos, de explicar como o perdeu - se acidentalmente ou por opção própria...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Dicas de Gramática - O pronome indefinido «todo»



Uso do indefinido «todo»...

Há gramáticos que ensinam que o pronome indefinido «todo» antecedendo o substantivo, no singular, significa «cada», quando desacompanhado do artigo; quando acompanhado do artigo, significa «inteiro».
Razão não lhes assiste. 
Ao indefinido «todo», coletivo universal que corresponde ao «omnis» (cada, qualquer) ou ao «totus» (inteiro) dos latinos, sempre pospõe o artigo, qualquer que seja o sentido que se lhe dê. O artigo é um  verdadeiro apêndice desse indefinido.
A distinção (com ou sem o artigo) não tem fundamento na língua portuguesa. É uma regra francesa [em francês, tem-se «tout», que pode significar «entier» (inteiro), se acompanhado do artigo; ou pode significar «chaque» (qualquer, cada), se desacompanhado do artigo - «tout le livre» (o livro inteiro); «tout livre» (qualquer livro)].
Destarte, deve-se, em português legítimo, escrever sempre com o apêndice articular, qualquer que seja o sentido do indefinido «todo», repita-se: «todo o homem faz sua história» (= cada homem faz sua história); «todo o homem foi queimado» (= o homem inteiro foi queimado).
Eis alguns exemplos que devem ser seguidos:
«Quando já não se acha a cura,
Toda a cura é por demais.» (Camões. El-Rei Seleuco) - qualquer cura...;
«Pode todo o homem vencer cada uma dessas mesmas tentações.» (Padre Antônio Vieira. Sermões) - qualquer homem...;
«Se todo o homem nasce de mulher e de homem.» (Padre Antônio Vieira. Sermões) -  qualquer homem nasce...;
«E que para toda a afeição, para todo o sentimento humano julgava morto o coração cenobita.» (Almeida Garret. Viagens na Minha Terra) - para qualquer afeição, para qualquer  sentimento...;
«Toda a minha vida.» (Ruy Barbosa. Cartas de Inglaterra) - minha vida inteira;
«Por toda a parte.» (Ruy Barbosa. Cartas de Inglaterra) - qualquer parte.
«...mas em todo o caso menos fria do que a princípio estivera.» (Machado de Assis. A Mão e a Luva) - em qualquer caso...;
«Todo o homem público deve ser casado,...». (Machado de Assis. Memórias Póstumas de Brás Cubas) - qualquer homem público...;
«...toda a gente viva do ar era da mesma opinião.» (Machado de Assis. Dom Casmurro) - qualquer gente...



quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dicas de Gramática - Os erros dos jurisconsultos...



Os erros dos jurisconsultos...

«No que pertine»? Já vi em várias peças processuais (de advogados, membros do MP, juízes, procuradores...) esta aberração: «no que pertine». Acaso existiria o verbo pertinir? Não, definitivamente não há este verbo na Língua Portuguesa. Existe, sim, o verbo concernir, que é utilizado, acertadamente, na locução no que concerne (significando no que diz respeito, no que se refere, no que pertence...). Talvez, por isso, é que alguns afoitos, e por conseguinte incautos, pensam existir o verbo pertinir.
Outro verbo em que muitos juristas de tomo tombam é o subsumir. Erram, repetidamente, sua conjugação: «este fato subsume-se à regra do art. 131»... Errado!
Ora, se o verbo subsumir é derivado do verbo sumir, sua conjugação segue o mesmo paradigma. Como não se diz ele sume, também não se pode dizer subsume. Logo, corretamente se diz assim: «este fato subsome-se à regra do art. 131».


Pensamentos...



«Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração.» (Kant)

«Assim como se diz que a hipocrisia é o maior elogio da virtude, a arte de mentir é o mais forte reconhecimento da força da verdade.» (William Hazlitt)

«Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela.» (Confúcio)

«A água corre tranqüila quando o rio é fundo.» (William Shakespeare)

«O repouso é bom, mas o tédio é irmão do repouso.» (Voltaire)

«Você será avarento se conviver com homens mesquinhos e avarentos. Será vaidoso se conviver com homens arrogantes. Jamais se livrará da crueldade se compartilhar sua casa com um torturador. Alimentará sua luxúria confraternizando-se com os adúlteros. Se quer livrar-se de seus vícios, mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.» (Sêneca)

«É extremamente fácil enganar a si mesmo, pois o homem geralmente acredita no que deseja» (Demóstenes)

«Precisamos parecer um pouco com os outros para compreender os outros, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los.» (Paul Géraldy)

«O que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano.» (Isaac Newton)

«Na atual sociedade, em que os valores estão invertidos, o dinheiro é capaz de comprar tudo, inclusive a verdade, a amizade e o amor. Mas, findo o dinheiro, esgotam-se, também, e ao mesmo tempo, as verdades, as amizades e os amores por ele comprados.» (Herbert Haeckel)

Curiosidades

Calcula-se que há 100 milhões de insetos para cada ser humano.

A maior borboleta do mundo é a Queen Alexandra Birdwing, encontrada numa pequena área da floresta tropical no norte da Papua Nova Guiné. A fêmea, que é maior que o macho, pode chegar a 31 cm de envergadura e ter massa de até 12kg. Está ameaçada de extinção, em razão da destruição de seu habitat natural.

O órgão sexual da aranha macha está localizado no final de uma de suas patas.

As abelhas possuem cinco olhos; três pequenos no topo da cabeça e os dois maiores na frente.

Alguns insetos conseguem viver até um ano sem a cabeça.

Uma barata pode viver até 6 dias sem a cabeça; acaba morrendo de fome, porque não tem como se alimentar.

As formigas comunicam-se por meio do olfato.

Mosquitos são atraídos duas vezes mais pela cor azul do que por qualquer outra cor.

O inseto com o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo é a formiga.

Os mosquitos fêmeos chupam o sangue, porque necessitam das proteínas para desenvolver os ovos que carregam.

Uma asa de mosquito move-se mil vezes a cada segundo.

As moscas domésticas vivem apenas 2 semanas.

Os mosquitos causaram mais mortes do que todas as guerras juntas.

A luz dos vaga-lumes é produzida pela oxidação de uma substância química chamada luciferina na presença de uma enzima chamada luciferase, de ATP (fonte de energia) e de magnésio. A cor e o ritmo da luz variam de acordo com a espécie. O animal pode controlar a produção, a duração e a intermitência (quantas vezes acende e apaga) da luz. A luminescência é um aviso aos inimigos para que se afastem. Nos adultos, também tem a função de atrair a fêmea para o acasalamento.