Soneto 4
(Herbert Haeckel)
O putrefeito cheiro exala do cadáver...
Que iracunda ação é a que deriva a morte,
De tão novel rapaz, o qual não pôde ver,
Na curta idade dele, o que o esperava a sorte?
Que indizível temor, umbroso, há de antever
Que indizível temor, umbroso, há de antever
Funesta sensação da ceifa, este transporte
Para o incógnito lado, e assim a demover
O sonho maternal de ver o fruto forte?
A singelez de tudo escapa ao olhar mundano,
A singelez de tudo escapa ao olhar mundano,
E mascara a real feição da exatidão...
E a sorte adversa teima em ser uma mensagem,
Ou até do coração dos pesares o láudano,
Ou até do coração dos pesares o láudano,
De que do corpo a morte é tão-somente então
O livramento da alma a seguir em viagem...