CLÁUDIO MANUEL DA COSTA. Poeta e jurista brasileiro, nascido em Vargem do Itacolomi (atualmente Mariana), MG, em 04 de julho de 1729; morreu em Vila Rica (atualmente Ouro Preto), MG, em 04 de julho de 1789. Tornou-se conhecido pela sua obra poética e pelo envolvimento com a Inconfidência Mineira. Foi um advogado de prestígio, fazendeiro abastado, um pensador de mente aberta. Foi mecenas de Aleijadinho. A História oficial diz que Cláudio Manuel da Costa ter-se-ia suicidado, dando-lhe a pecha de covarde e de traidor dos amigos. Entretanto, fortes indícios de que Cláudio da Costa não cometera suicídio, mas teria sido assassinado. O próprio laudo cadavérico que concluíra pelo suicídio é indicador da tese de assassinato, ao registrar que Cláudio da Costa se enforcou usando os cadarços do calção, amarrados numa prateleira, contra a qual ele teria apertado o laço, forçando com um braço e um joelho. Muitos acreditam ser impossível alguém conseguir enforcar-se em tais circunstâncias. Outrossim, há registros de missas, pelo sufrágio de sua alma, realizadas na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, quando, à época, era proibida a realização de missas pelos suicidas.
O poeta fez parte da transição do Barroco para o Arcadismo. Seus sonetos herdaram a tradição camoniana.
O poeta fez parte da transição do Barroco para o Arcadismo. Seus sonetos herdaram a tradição camoniana.
Soneto LXIV
Que tarde nasce o Sol, que vagaroso!
Parece que se cansa de que a um triste
Haja de parecer: quando resiste
A seu raio este sítio tenebroso!
Não pode ser que o giro luminoso
Tanto tempo detenha: se persiste
Acaso o meu delírio! se me assiste
Ainda aquele humor tão venenoso!
Aquela porta ali se está cerrando;
Dela sai o Pastor: outro assobia,
E o gado para o monte vai chamando.
Ora não há mais louca fantasia!
Mas quem anda, como eu, assim penando,
Não sabe quando é noite, ou quando é dia.
Não pode ser que o giro luminoso
Tanto tempo detenha: se persiste
Acaso o meu delírio! se me assiste
Ainda aquele humor tão venenoso!
Aquela porta ali se está cerrando;
Dela sai o Pastor: outro assobia,
E o gado para o monte vai chamando.
Ora não há mais louca fantasia!
Mas quem anda, como eu, assim penando,
Não sabe quando é noite, ou quando é dia.
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