
O poeta fez parte da transição do Barroco para o Arcadismo. Seus sonetos herdaram a tradição camoniana.
Soneto LXIV
Que tarde nasce o Sol, que vagaroso!
Parece que se cansa de que a um triste
Haja de parecer: quando resiste
A seu raio este sítio tenebroso!
Não pode ser que o giro luminoso
Tanto tempo detenha: se persiste
Acaso o meu delírio! se me assiste
Ainda aquele humor tão venenoso!
Aquela porta ali se está cerrando;
Dela sai o Pastor: outro assobia,
E o gado para o monte vai chamando.
Ora não há mais louca fantasia!
Mas quem anda, como eu, assim penando,
Não sabe quando é noite, ou quando é dia.
Não pode ser que o giro luminoso
Tanto tempo detenha: se persiste
Acaso o meu delírio! se me assiste
Ainda aquele humor tão venenoso!
Aquela porta ali se está cerrando;
Dela sai o Pastor: outro assobia,
E o gado para o monte vai chamando.
Ora não há mais louca fantasia!
Mas quem anda, como eu, assim penando,
Não sabe quando é noite, ou quando é dia.
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