quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Dicas de Gramática - Uso do infinitivo...


Uso do infinitivo...

As palavras classificam-se quanto à morfologia (função taxeonômica) e quanto à sintaxe (função sintática).
Morfologicamente, são dez as classes de palavras: substantivo, pronome, adjetivo, advérbio, verbo, preposição, conjunção, numeral, artigo e interjeição. O substantivo nomeia os seres, as coisas, as substâncias. O verbo indica a idéia de ação ou estado.
Os verbos classificam-se quanto à predicação, à voz, à flexão, à conjugação e ao processo de conjugação. As flexões verbais podem ser modais, nominais, temporais, pessoais, numerais e de voz.
A forma modal dos verbos é a maneira como a ação é expressa pelo verbo. Os modos são o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.
Quando os verbos podem exercer a função nominal, típica dos substantivos, dos adjetivos e dos advérbios, diz-se que possuem a forma nominal. São formas nominais do verbo: o infinitivo, o particípio e o gerúndio.
O infinitivo é o próprio nome do verbo, ele indica a ação sem situá-la no tempo. São formas infinitivas: amar, comer, sair, ter, haver etc.

É constante ver pessoas utilizando mal o infinitivo. Orações como estas a seguir, apesar de comuníssimas, em que se utilizam o infinitivo no lugar de verbos na forma modal, estão erradas: «como estar você?», «o menino ler a cartilha», «eu construir uma casa», «eu sumir no salão», «ele crer na honestidade»... Correto é «como está você?», «o menino a cartilha», «eu construí uma casa», «eu sumi no salão», «ele crê na honestidade»; isto é, com os verbos conjugados na forma modal.
Há uma maneira de evitar o grave erro, quando se tem dúvida quanto à utilização da forma modal ou da nominal. Vejamo-la: substitui-se o verbo por um substantivo; se a oração tiver sentido, o verbo deve ser utilizado no infinitivo, ex: amar é bom – ao substituir o verbo amar por um substantivo qualquer, a oração não perderia o sentido (chocolate é bom; amor é bom; livro é bom...). Mas, se o verbo for modal, nenhum sentido terá quando houver a substituição do verbo por um substantivo: «ele crê na honestidade»; ao mudar o verbo por um substantivo, ver-se-á que não há sentido algum na construção – «ele pássaro na honestidade» (trocamos o verbo crer pelo substantivo pássaro, e nenhum sentido há na construção; logo, o verbo tem de vir conjugado na forma modal).


Luís Guimarães Júnior




LUÍS CAETANO PEREIRA GUIMARÃES JÚNIOR. Poeta, romancista, teatrólogo e diplomata brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 17 de fevereiro de 1845; morreu em Lisboa, em 20 de maio de 1898.
Aos dezesseis anos, escreveu o romance Lírio Branco, dedicado a Machado de Assis.
Iniciou o curso de Direito, em 1863, na Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, SP. Bacharelou-se na Faculdade de Direito do Recife, em 1869, na turma de Araripe Júnior. Conviveu, quando de seus estudos no Recife, com Castro Alves e Tobias Barreto, e viu nascer a escola condoreira, da qual tomou parte.
Ainda em 1869, publicou  seu primeiro livro de poesia: Corimbos.
Foi um dos dez membros eleitos para completar o quadro de fundadores da Academia Brasileira de Letras, na qual criou a Cadeira n° 31, que tem como patrono o poeta Pedro Luís.
Suas principais obras são Corimbos e Sonetos e Rimas.
Sua obra transitou do Romantismo ao Parnasianismo.



Visita à Casa Paterna

Como a ave que volta ao ninho antigo
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.

Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.

Era esta a sala... (Oh! se me lembro! e quanto!)
Em que da luz noturna à claridade
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto

Jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade.


terça-feira, 27 de outubro de 2009

Dicas de Gramática - Sinclitismo

Sinclitismo


Pronome é a palavra que substitui (ou pode substituir) o nome. Segundo a classificação, o pronome pode ser pessoal, demonstrativo, possessivo, indefinido, relativo e interrogativo. O pronome de tratamento é um pronome pessoal, que é a palavra ou expressão que substitui a terceira pessoa gramatical. Interessa-nos, neste momento, o pronome pessoal, que se define como sendo a palavra que, além de substituir o nome, põe-no em relação a uma pessoa gramatical. O pronome pessoal pode ser, a depender da função sintática que exerce¸ do caso reto ou do caso oblíquo. Os pronomes pessoais do caso reto têm função subjetiva, isto é, têm a função de sujeito. São pronomes pessoais do caso reto: eu, tu, ele/ela, nós, vós e eles/elas. Os pronomes pessoais do caso oblíquo têm a função de complemento verbal. Os oblíquos podem, segundo a acentuação própria, ser classificados em tônicos e átonos (não se deve confundir acento tônico com acento gráfico; o primeiro diz respeito à sílaba que é pronunciada com maior força; o segundo, à representação gráfica da sílaba tônica, ex.: casa é uma palavra tônica, ou seja, ela é acentuada, ela possui acento tônico, localizado na penúltima sílaba; todavia, o acento tônico não é representado pelo acento gráfico; lápis, por sua vez, tem acento tônico, localizado também na penúltima sílaba, representado por um acento gráfico).Toda a palavra átona, ou seja, que não possui acentuação própria, não possui autonomia prosódica. Os pronomes oblíquos átonos não possuem, portanto, autonomia prosódica. Logo, devem vir apoiados no acento do verbo. Como regra geral, tem-se a posposição do oblíquo ao verbo, isto é, os pronomes devem ser enclíticos. As exceções levam às construções proclíticas e mesoclíticas. Há casos em que o verbo perde sua força enclítica, o que faz o pronome ser deslocado para antes do verbo (próclise) ou para o meio dele (mesóclise). Em particular, é interessante como se vê - inclusive em autores consagrados - uma comuníssima, mas errada, colocação do oblíquo: solto entre dois verbos. Ora, se os oblíquos átonos não têm autonomia prosódica, como dissemos no início, não podem vir soltos entre dois verbos, obrigando-os a apoiarem-se no acento de um dos verbos. Destarte, construções como estas são erradas: «está se formando», «vim lhe dizer», «foi me entregar», «tinha se esgotado» etc... Corretamente, escreve-se assim: «está-se formando», «vim-lhe dizer», «foi-me entregar», «mandou-te entregar», «foi-me contando», «tinha-se esgotado»... Exemplos que devem ser seguidos: «Vi-lhe fazer um gesto para tirá-los outra vez do bolso, ...» (Machado de Assis, Dom Casmurro), «... e redarguiu-lhe sorrindo que não tivesse medo.» (Machado de Assis, O Alienista), «... não pode deixar de ter-se desvanecido, ...» (Joaquim Nabuco, A República é incontestável), «... para conseguir fazer-se ouvir da velha ...» (Júlio Ribeiro, A Carne), «E o facies daquele sertão inóspito vai-se esboçando, lenta e impressionadoramente...»(Euclides da Cunha, Os Sertões), «Ela se abaixava, deixava-se pegar, ...» (Fernando Sabino, O Encontro Marcado)... Exemplos, pois, que não devem ser seguidos: «saber exatamente o que estava se passando em seu país e no resto do mundo» (Paulo Coelho, A Bruxa de Portobello), «Você faz parte, mas não vou lhe contar como, não tem importância.» (João Ubaldo Ribeiro, A Casa dos Budas Ditosos), «Já vem ele ali, Juca, foi se despedir da namorada...» (João Guimarães Rosa, Sagarana), «São momentos em que a "máquina da vida" parece se explicar...» (Arnaldo Jabor, Amor é prosa, sexo é poesia), «No jogo de capoeira de Angola ninguém pode se medir...» (Jorge Amado, Capitães de Areia)...




sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Carminis IX - Herbert Haeckel


Carminis IX
 (Herbert Haeckel)

Fez-se mulher, a amada, em meus braços sedentos. 
Seu corpo, junto ao meu, clamando o amor gentil, 
Entregou-se. Torpor mágico de acalentos, 
No desbrochar da flor virginal, o sutil

Encanto e a descoberta insonte de momentos 
Eternos... Expungido o medo assaz hostil, 
O vínculo sonhado afasta ali os tormentos, 
E o sensual amor toma-a e leva-a ao alcantil...

Espetacularmente harmônica junção, 
Corpo e corpo, alma e alma: uma, e tão-só, sensação, 
A arrebatar o peito, enchendo-o de lirismo.

E no leito sereno, em que a alma se liberta 
Do jugo tenebroso, e à vida se desperta, 
Afasta a solitude e livra-se do abismo!


sábado, 17 de outubro de 2009

Soneto 5 - Herbert Haeckel


Soneto 5
(Herbert Haeckel) 

Brandamente, descansa a pupa na crisálida...
Metamórfica larva, antes ovo, preâmbulo
Do livre voo, por sobre os lises de flor pálida,
Da imago multicor, de longínquo incunábulo!

Já livre, a borboleta, ao escapulir da sólida
Casucha, ganha o céu... Abandona alto o ergástulo...
Em ruflo vigoroso, ela, por demais lépida,
Solta-se, revelando o incomum espetáculo!

Também a alma, em seu claustro, é lá aprisionada,
Como em casulo a pupa está... Se livre voa
A borboleta ao céu, a alma, 'inda acantonada,

Aspira, mui ansiosa, ao voo em liberdade...
E do efêmero corpo, o que assaz a agrilhoa,
Desata-se, feliz, e ganha a Eternidade!


sábado, 3 de outubro de 2009

Pallida Luna - Augusto dos Anjos


Pallida Luna
(Augusto dos Anjos)

És do Passado! Vieste d'alvorada
N'asa dos elfos pela Morte espalma...
Cantas... e eu ouço esta berceuse calma
Da harpa dos mundos ideais no Nada!

Ergue o Missal brilhante de tu'alma,
Mas nessa elevação mistificada,
Vem, que eu te espero, Deusa constelada
Desce, anêmona êxul que o Céu ensalma!

Venhas e desças, Lua dos Martírios,
Desças, mas venhas pela unção dos lírios.
Visão de Ocaso de enluaradas comas,

Vaso de Unção descido dos espaços,
Para ungirmos nós dois, os nossos paços,
Na tule idealizada dos aromas.



quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Pedro Kilkerry



PEDRO MILITÃO KILKERRY. Poeta simbolista brasileiro. Nasceu em Santo Antônio de Jesus, BA, em 10 de março de 1885. Faleceu, durante uma traqueostomia, em Salvador, BA, em 25 de março de 1917. Filho de um irlandês com uma baiana, Pedro Kilkerry formou-se em Direito pela Faculdade da Bahia. Nunca publicou um livro sequer.

Cérbero 

É, não vens mais aqui... Pois eu te espero,
Gele-me o frio inverno, o sol adusto
Dê-me a afeição de um tronco, a rir, vetusto
- Meu amor a ulular... E é o teu Cérbero!

É, não vens mais aqui... E eu mais te quero,
Vago o vergel, todo o pomar venusto
E a cada fruto de ouro estendo o busto,
Estendo os braços, e o teu seio espero.

Mas como pesa esta lembrança... a volta
Da aléia em flor que em vão, toda, transponho,
E onde te foste, e a cabeleira solta!

Vais corações rompendo em toda a parte!
Virá, um dia... E à porta do meu Sonho
Já Cérbero morreu, para agarrar-te.


Pensamentos...



«Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração.» (Kant)

«Assim como se diz que a hipocrisia é o maior elogio da virtude, a arte de mentir é o mais forte reconhecimento da força da verdade.» (William Hazlitt)

«Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela.» (Confúcio)

«A água corre tranqüila quando o rio é fundo.» (William Shakespeare)

«O repouso é bom, mas o tédio é irmão do repouso.» (Voltaire)

«Você será avarento se conviver com homens mesquinhos e avarentos. Será vaidoso se conviver com homens arrogantes. Jamais se livrará da crueldade se compartilhar sua casa com um torturador. Alimentará sua luxúria confraternizando-se com os adúlteros. Se quer livrar-se de seus vícios, mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.» (Sêneca)

«É extremamente fácil enganar a si mesmo, pois o homem geralmente acredita no que deseja» (Demóstenes)

«Precisamos parecer um pouco com os outros para compreender os outros, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los.» (Paul Géraldy)

«O que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano.» (Isaac Newton)

«Na atual sociedade, em que os valores estão invertidos, o dinheiro é capaz de comprar tudo, inclusive a verdade, a amizade e o amor. Mas, findo o dinheiro, esgotam-se, também, e ao mesmo tempo, as verdades, as amizades e os amores por ele comprados.» (Herbert Haeckel)

Curiosidades

Calcula-se que há 100 milhões de insetos para cada ser humano.

A maior borboleta do mundo é a Queen Alexandra Birdwing, encontrada numa pequena área da floresta tropical no norte da Papua Nova Guiné. A fêmea, que é maior que o macho, pode chegar a 31 cm de envergadura e ter massa de até 12kg. Está ameaçada de extinção, em razão da destruição de seu habitat natural.

O órgão sexual da aranha macha está localizado no final de uma de suas patas.

As abelhas possuem cinco olhos; três pequenos no topo da cabeça e os dois maiores na frente.

Alguns insetos conseguem viver até um ano sem a cabeça.

Uma barata pode viver até 6 dias sem a cabeça; acaba morrendo de fome, porque não tem como se alimentar.

As formigas comunicam-se por meio do olfato.

Mosquitos são atraídos duas vezes mais pela cor azul do que por qualquer outra cor.

O inseto com o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo é a formiga.

Os mosquitos fêmeos chupam o sangue, porque necessitam das proteínas para desenvolver os ovos que carregam.

Uma asa de mosquito move-se mil vezes a cada segundo.

As moscas domésticas vivem apenas 2 semanas.

Os mosquitos causaram mais mortes do que todas as guerras juntas.

A luz dos vaga-lumes é produzida pela oxidação de uma substância química chamada luciferina na presença de uma enzima chamada luciferase, de ATP (fonte de energia) e de magnésio. A cor e o ritmo da luz variam de acordo com a espécie. O animal pode controlar a produção, a duração e a intermitência (quantas vezes acende e apaga) da luz. A luminescência é um aviso aos inimigos para que se afastem. Nos adultos, também tem a função de atrair a fêmea para o acasalamento.