segunda-feira, 29 de junho de 2009

Ruy Barbosa

RUY BARBOSA DE OLIVEIRA. Jurista, político, diplomata, escritor, jornalista, filólogo, tradutor e orador brasileiro. Nasceu em Salvador, BA, em 5 de novembro de 1849; faleceu em Petrópolis, RJ, em 1º de março de 1923. Um dos maiores gênios da humanidade.


Oração aos Moços
(Excerto do discurso escrito em 1920, quando Ruy Barbosa fora escolhido Paraninfo da Turma de Bacharelandos da Faculdade de Direito de São Paulo. O discurso foi lido pelo Professor Reinaldo Porchat, diante da impossibilidade de Ruy Barbosa comparecer à solenidade)

«(...) Não, filhos meus (deixai−me experimentar, uma vez que seja, convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão exterior, tão carnal quanto se cuida. Há, ele, mais que um assombro fisiológico: um prodígio moral. É o órgão da fé, o órgão da esperança, o órgão do ideal. Vê, por isso, com os olhos d’alma, o que não vêem os do corpo. Vê ao longe, vê em ausência, vê no invisível, e até no infinito vê. Onde pára o cérebro de ver, outorgou−lhe o Senhor que ainda veja; e não se sabe até onde. Até onde chegam as vibrações do sentimento, até onde se perdem os surtos da poesia, até onde se somem os vôos da crença: até Deus mesmo, inviso como os panoramas íntimos do coração, mas presente ao céu e à terra, a todos nós presente, enquanto nos palpite, incorrupto, no seio, o músculo da vida e da nobreza e da bondade humana.
Quando ele já não estende o raio visual pelo horizonte do invisível, quando sua visão tem por limite a do nervo óptico, é que o coração, já esclerótico, ou degenerescente, e saturado nos resíduos de uma vida gasta no mal, apenas oscila mecanicamente no interior do arcaboiço, como pêndula de relógio abandonado, que agita, com as derradeiras pancadas, os vermes e a poeira da caixa. Dele se retirou a centelha divina. Até ontem lhe banhava ela de luz todo esse espaço, que nos distanceia do incomensurável desconhecido, e lançava entre este e nós uma ponte de astros. Agora, apagados esses luzeiros, que o inundavam de radiosa claridade, lá se foram, com o extinto cintilar das estrelas, as entreabertas do dia eterno, deixando−nos, tão−somente, entre o longínquo mistério daquele termo e o aniquilamento da nossa miséria desamparada, as trevas de outro éter, como esse que se diz encher de escuridão o vago mistério do espaço. Entre vós, porém, moços, que me estais escutando, ainda brilha em toda a sua rutilância o clarão da lâmpada sagrada, ainda arde em toda a sua energia o centro de calor, a que se aquece a essência d’alma. Vosso coração, pois, ainda estará incontaminado; e Deus assim o preserve.(...)»

Machado de Assis

O maior escritor da humanidade, em todos os tempos: Machado de Assis. Desculpem-me Camões, Cervantes, Alighieri, Shakespeare...
E por falar em Shakespeare, eis parte da tradução do solilóquio básico de Hamlet (de W. Shakespeare), quando o Príncipe da Dinamarca se posta diante de uma escolha.
Machado de Assis foge do pueril «ser ou não ser», e, magistralmente, «receita» como escapar do lugar comum e lançar-se à magnificência da poesia. Isto que é ser escritor!

Hamlet
(William Shakespeare. Excerto do Ato III, Cena I - Tradução de Machado de Assis)

É mais nobre à cerviz curvar aos golpes
Da ultrajosa fortuna, ou já lutando
Extenso mar vencer de acerbos males?
Morrer, dormir, não mais. E um sono apenas.
Que as angústias extingue e à carne a herança.
Da nossa dor eternamente acaba,
Sim, cabe ao homem suspirar por ele.
Morrer, dormir. Dormir? Sonhar, quem sabe?...

Alphonsus de Guimaraens


ALPHONSUS HENRIQUE DE GUIMARAENS. Escritor brasileiro, nasceu em Ouro Preto, MG, em 24 de julho de 1870; faleceu em Mariana, MG, em 15 de julho de 1925. Seus sonetos apresentam estrutura clássica, nos quais explorava o sentido da morte, do amor impossível e da solidão. Outra característica de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina, que a via como um anjo. Por isso, diz-se que Alphonsus Guimaraens era neo-romântico e simbolista ao mesmo tempo.


Vaga em Redor de Ti...

Vaga em redor de ti uma fulgência,
Que tanto é sombra quanto mais fulgura:
O teu sorriso, que é divino, vence-a,
E ela, que é luz de estrela, pouco dura.

De outra não sei que tenha a etérea essência
Que nos teus olhos brilha: nem a pura
Linha de arte de tal magnificência,
Como a que o rosto de anjo te emoldura.

Na candidez ebúrnea do semblante
Tens um lis de ternura, que desliza
À flor da pele em mágoa suavizante.

Não sei que manto celestial arrastas...
És como a folha do álamo que a brisa
Beija e balança ao luar das noites castas.

Maciel Monteiro


ANTÔNIO PEREGRINO MACIEL MONTEIRO, 2º Barão de Itamaracá. Médico, político, diplomata e poeta brasileiro. Nasceu no Recife, PE, em 30 de abril de 1804; faleceu em Lisboa, Portugal, em 5 de janeiro de 1868.



Soneto

Formosa, qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
Formosa, qual jamais desabrochara
Na primavera a rosa purpurina;

Formosa, qual se a própria mão divina
Lhe alhinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual jamais o céu brilhara
Astro gentil, estrela peregrina;

Formosa, qual se a natureza e a arte,
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores,
Jamais soube imitar no todo ou parte;

Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!


Mal Secreto - Raimundo Correia

Mal Secreto
(Raimundo Correia)

Se a cólera que espuma, a dor que mora
N'alma, e destrói cada ilusão que nasce,
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse;

Se se pudesse, o espírito que chora,
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!

Quanta gente ri, talvez, consigo,
Guarga um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!

Quanta gente ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outros venturosa!

Peixes, Pássaros, Pessoas - Mariana Aydar

Mariana Aydar - Peixes, Pássaros, Pessoas

1. Florindo
2. Palavras não falam
3. Beleza (participação especial de Mayra Andrade)
4. Aqui em casa
5. Pras bandas de lá
6. Manhã azul
7. Tá
8. Peixes
9. Nada disso é pra você
10. Poderoso rei
11. O samba me persegue (participação especial de Zeca Pagodinho)
12. Teu amor é falso
13. Tudo que eu trago no bolso




Este Blog possui estritamente caráter cultural. Nosso propósito é, tão-somente, divulgar a cultura. Aqui não se hospedam arquivos de música ou quaisquer outros, e os links têm prazo de validade limitado.
Ao baixar arquivos, apague-os no prazo de 24h. Acaso goste do que ouviu, adquira o álbum em lojas especializadas.

Vicente de Carvalho

VICENTE AUGUSTO DE CARVALHO. Poeta parnasiano brasileiro, contista, Advogado, jornalista, político e magistrado. Nasceu em Santos, SP, em 5 de abril de 1866; faleceu em São Paulo, SP, em 22 de abril de 1924. Seu grande tema era o mar, o que lhe rendeu a alcunha «Poeta do Mar».


Velho Tema

Só a leve esperança, em toda a vida,
disfarça a pena de viver, mais nada;
nem é mais a existência, resumida,
que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,
sonho que a traz ansiosa e embevecida,
é uma hora feliz, sempre adiada,
e que não chega nunca em toda vida.

Essa felicidade que supomos,
árvore milagrosa que sonhamos
toda arreada de dourados pomos,

existe, sim; mas nós não a alcançamos,
porque está sempre apenas onde a pomos,
e nunca a pomos onde nós estamos.

Alberto de Oliveira



ANTÔNIO MARIANO ALBERTO DE OLIVEIRA. Poeta parnasiano brasileiro, professor, farmacêutico. Nasceu em Palmital de Saquarema, RJ, em 28 de abril de 1857; faleceu em Niterói, RJ, em 19 de janeiro de 1937. Foi Membro Honorário da Academia de Ciências de Lisboa e um dos fundadores, a convite de Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras em 1897, ocupando a Cadeira nº 8, cujo Patrono, escolhido pelo ocupante, é Cláudio Manuel da Costa.


Horas Mortas

Breve momento, após comprido dia

De incômodos, de penas, de cansaço,

Inda o corpo a sentir quebrado e lasso,

Posso a ti me entregar, doce Poesia!


Desta janela aberta à luz tardia

Do luar em cheio a clarear o espaço,

Vejo-te vir, ouço o leve passo

Na transparência azul da noite fria.

Chegas. O ósculo teu me vivifica.

Mas é tão tarde! Rápido flutuas,

Tornando logo à etérea imensidade;


E na mesa a que escrevo apenas fica.

Sobre o papel - rastro das asas tuas -
Um verso, um pensamento, uma saudade.

Língua Portuguesa - Olavo Bilac

Língua Portuguesa
(Olavo Bilac)


Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: «Meu filho!»,
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!


Por Elas - Chico Buarque

Chico Buarque - Por Elas

1. Partido alto - Cássia Eller
2. Apesar de você - Clara Nunes
3. Olhos nos olhos - Nara Leão
4. Deixa a menina - Ivete Sangalo
5. Com açúcar e com afeto - Fernanda Takai
6. Quem te viu, que te vê - Mônica Salmaso
7. Atrás da Portela - Elis Regina
8. Anos dourados - Miúcha
9. O meu amor - Maria Bethânia e Alcione
10. Sobre todas as coisas - Maria Rita
11. A história de Lilly Braun - Maria Gadú
12. Ciranda da bailarina - Adriana Calcanhoto
13. O meu guri - Beth Carvalho
14. Valsinha - Monique Kessous


Este Blog possui estritamente caráter cultural. Nosso propósito é, tão-somente, divulgar a cultura. Aqui não se hospedam arquivos de música ou quaisquer outros, e os links têm prazo de validade limitado.
Ao baixar arquivos, apague-os no prazo de 24h. Acaso goste do que ouviu, adquira o álbum em lojas especializadas.

Por Eles - Chico Buarque

Chico Buarque - Por Eles

1. A Rita - Zeca Pagodinho
2. Gente humilde - Renato Russo e Hélio Delmiro
3. Beatriz - Milton Nascimento
4. Samba do grande amor - João Nogueira
5. Samba e amor - Caetano Veloso
6. Até o fim - Zeca Baleiro
7. Cotidiano - Marcelinho da Lua (participação especial de Seu Jorge)
8. Bye bye, Brasil - Ed Motta e João Donato
9.Tatuagem - Djavan
10. Sonho de um carnaval - Paulinho da Viola
11. A banda - Wilson Simonal
12. Roda viva - Ivan Lins e Nó em Pingo D'Água
13. Construção - Ney Matogrosso
14. Baticum - Lenine



Este Blog possui estritamente caráter cultural. Nosso propósito é, tão-somente, divulgar a cultura. Aqui não se hospedam arquivos de música ou quaisquer outros, e os links têm prazo de validade limitado.
Ao baixar arquivos, apague-os no prazo de 24h. Acaso goste do que ouviu, adquira o álbum em lojas especializadas.

Pensamentos...



«Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração.» (Kant)

«Assim como se diz que a hipocrisia é o maior elogio da virtude, a arte de mentir é o mais forte reconhecimento da força da verdade.» (William Hazlitt)

«Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela.» (Confúcio)

«A água corre tranqüila quando o rio é fundo.» (William Shakespeare)

«O repouso é bom, mas o tédio é irmão do repouso.» (Voltaire)

«Você será avarento se conviver com homens mesquinhos e avarentos. Será vaidoso se conviver com homens arrogantes. Jamais se livrará da crueldade se compartilhar sua casa com um torturador. Alimentará sua luxúria confraternizando-se com os adúlteros. Se quer livrar-se de seus vícios, mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.» (Sêneca)

«É extremamente fácil enganar a si mesmo, pois o homem geralmente acredita no que deseja» (Demóstenes)

«Precisamos parecer um pouco com os outros para compreender os outros, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los.» (Paul Géraldy)

«O que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano.» (Isaac Newton)

«Na atual sociedade, em que os valores estão invertidos, o dinheiro é capaz de comprar tudo, inclusive a verdade, a amizade e o amor. Mas, findo o dinheiro, esgotam-se, também, e ao mesmo tempo, as verdades, as amizades e os amores por ele comprados.» (Herbert Haeckel)

Curiosidades

Calcula-se que há 100 milhões de insetos para cada ser humano.

A maior borboleta do mundo é a Queen Alexandra Birdwing, encontrada numa pequena área da floresta tropical no norte da Papua Nova Guiné. A fêmea, que é maior que o macho, pode chegar a 31 cm de envergadura e ter massa de até 12kg. Está ameaçada de extinção, em razão da destruição de seu habitat natural.

O órgão sexual da aranha macha está localizado no final de uma de suas patas.

As abelhas possuem cinco olhos; três pequenos no topo da cabeça e os dois maiores na frente.

Alguns insetos conseguem viver até um ano sem a cabeça.

Uma barata pode viver até 6 dias sem a cabeça; acaba morrendo de fome, porque não tem como se alimentar.

As formigas comunicam-se por meio do olfato.

Mosquitos são atraídos duas vezes mais pela cor azul do que por qualquer outra cor.

O inseto com o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo é a formiga.

Os mosquitos fêmeos chupam o sangue, porque necessitam das proteínas para desenvolver os ovos que carregam.

Uma asa de mosquito move-se mil vezes a cada segundo.

As moscas domésticas vivem apenas 2 semanas.

Os mosquitos causaram mais mortes do que todas as guerras juntas.

A luz dos vaga-lumes é produzida pela oxidação de uma substância química chamada luciferina na presença de uma enzima chamada luciferase, de ATP (fonte de energia) e de magnésio. A cor e o ritmo da luz variam de acordo com a espécie. O animal pode controlar a produção, a duração e a intermitência (quantas vezes acende e apaga) da luz. A luminescência é um aviso aos inimigos para que se afastem. Nos adultos, também tem a função de atrair a fêmea para o acasalamento.