Falseado
(Herbert Haeckel)
Rui o sonho enodoado, ao vir a noite fria...
Vai-se, com ele, mais um outro sonho vão.
O rosto triste, já cansado, já sofria,
Vendo, sem horizonte, a alma perder-se então.
O beijo amaro urdia o golpe que daria
No espúrio, de consorte havido, pai poltrão.
E tal como Tristão sem Isolda faria,
Ter com a branca, seu envoltório e galão.
Desprezando o labéu, deram-lhe a tal resposta,
Vestíbulo do que hoje é, a cair até,
Do último devaneio, a finda burla aposta...
E o infausto, vil palreiro, adotou a veniaga:
Se na quinta furtou, na sexta também o é...
E não se desembarga, apenas se embriaga...
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