Carminis II
(Herbert Haeckel)
Que é o amor, senão, um espinho em flor?
Verbera, reverbera e que atormenta...
Lúgubre encantamento, fluido alor,
Que queima todo o corpo e a alma alimenta.
Que é o amor, senão, um pleno torpor?
Que, no mar da existência, é tormenta
E que impõe a quem ama um torvo algor,
A confranger crepuscular juventa...
É como ver, sem com os olhos ter,
A recôndita essência, cerne da alma...
Depérdito em quimera o coração,
Amante, foge, e assim supõe conter,
Presto, fugaz ímpeto e não se acalma,
Porque o amor, que tem, é imolação!
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