segunda-feira, 9 de março de 2020


CRÔNICAS - Herbert Haeckel

Eu sou você!
(Herbert Haeckel)

Dejair de Maria do Faro casou-se pela quarta vez. Um desafio, quiçá...
Arrisco-me a dizer que não teve muita sorte nas uniões anteriores - há quem diga que as guampas extravagantes que floresceram em sua fronte não foram, sozinhas, suficientes para pôr um termo nas relações: necessitou Dejair, em cada um dos casamentos, da ordem judicial para afastar-se do lar. Medida protetiva.
Dejair afirmava e afirma até hoje ser a favor da família tradicional. A socos e a pontapés, é bem verdade, defendia a sua família tradicional...
Mas, com Chanelle, certamente seria diferente. Conheceu-a na periferia da Capital. Ela prestava serviços. Bonita - posso, sim, dizer que era bonita - e bem mais jovem que Dejair, solícita, dadivosa... Conversava gesticulando Chanelle. Mãos hábeis, muito hábeis. Mãos de veludo! - disse-me, por telefone, o inconfidente Zenóbio Timbira, suspiroso de saudade, depois que rompeu a amizade de vinte anos com o terapeuta Oscar Barros, que ainda não apareceu nesta história...
Dejair passava maior parte do tempo fora de casa. Chanelle passa maior parte do tempo dentro de casa.
Dejair virou pastor. Menos tempo para dedicar-se à consorte fogosa, digo, jeitosa. Quando em casa, gastava seu tempo nas redes sociais, a atacar os que se colocavam contra o seu jeito de pregar na igreja. Um vício.
Já há muito o quinhentista Luiz de Camões falou que “o amor é fogo que arde sem se ver”... Nada mais preciso!
Chanelle queimava em labaredas da paixão indócil. Mas, seu descompassado coração, em plena festa, como uma bateria de escola-de-samba, já não batia sob a regência, sob a pequeníssima batuta de Dejair...
Dejair de nada desconfiava, embora um ou outro mui amigo cuidava para acender a desconfiança do marido distraído - muito mais para ver o circo incendiar-se e, quem sabe, provar um pouco da cobiçada bainha ataviada de macia pelúcia. Todavia, Dejair não era muito inteligente - não, amigos leitores, não serei acrimoniosamente sincero, não desta vez, ao ponto de afirmar categoricamente que Dejair era um completo asno! Desculpai-me pela falta de sinceridade... Neste delicado momento, sinto-me obrigado a vestir a capa da hipocrisia, tão em moda nos atuais dias! Respeitemos a pessoa do pastor Dejair!
A maledicência macróbia! Eva, se houvesse existido, teria sido a primeira sua vítima!
Onde estávamos mesmo? Ah, sim! O pastor Dejair! Ainda sofrente com a apunhalada pelas costas - há quem diga que foi facada pela frente! - agora, prestes a provar, novamente, do gosto amaríssimo da infidelidade... Que infelicidade!
Bramia, espumante, como um animal ferocíssimo, no púlpito da igreja, em que se mais falava de satanás que de qualquer outro.
Ao fim do culto, muito mais cedo que o normal, Dejair liga para sua casa.
- Alô! do outro lado, atendeu uma voz masculina. Silêncio sepulcral.
- Quem está falando aí? perguntou o surpreso e desconfiado Dejair. Mais um interlúdio de austero silêncio...
- Ora, ora! Eu sou você! respondeu-lhe a voz masculina. 
Dejair permaneceu calado por uns instantes, estupefato, desorientado, até, por fim, cair na realidade nua e crua...
- Ah, bom! Que susto a gente deu na gente! Pensei até que fosse o Oscar! Chame nossa esposa aí!



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Pensamentos...



«Mesmo a mulher mais sincera esconde algum segredo no fundo do seu coração.» (Kant)

«Assim como se diz que a hipocrisia é o maior elogio da virtude, a arte de mentir é o mais forte reconhecimento da força da verdade.» (William Hazlitt)

«Conhecer a verdade não é o mesmo que amá-la e amar a verdade não equivale a deleitar-se com ela.» (Confúcio)

«A água corre tranqüila quando o rio é fundo.» (William Shakespeare)

«O repouso é bom, mas o tédio é irmão do repouso.» (Voltaire)

«Você será avarento se conviver com homens mesquinhos e avarentos. Será vaidoso se conviver com homens arrogantes. Jamais se livrará da crueldade se compartilhar sua casa com um torturador. Alimentará sua luxúria confraternizando-se com os adúlteros. Se quer livrar-se de seus vícios, mantenha-se afastado do exemplo dos viciados.» (Sêneca)

«É extremamente fácil enganar a si mesmo, pois o homem geralmente acredita no que deseja» (Demóstenes)

«Precisamos parecer um pouco com os outros para compreender os outros, mas precisamos ser um pouco diferentes para amá-los.» (Paul Géraldy)

«O que sabemos é uma gota e o que ignoramos é um oceano.» (Isaac Newton)

«Na atual sociedade, em que os valores estão invertidos, o dinheiro é capaz de comprar tudo, inclusive a verdade, a amizade e o amor. Mas, findo o dinheiro, esgotam-se, também, e ao mesmo tempo, as verdades, as amizades e os amores por ele comprados.» (Herbert Haeckel)

Curiosidades

Calcula-se que há 100 milhões de insetos para cada ser humano.

A maior borboleta do mundo é a Queen Alexandra Birdwing, encontrada numa pequena área da floresta tropical no norte da Papua Nova Guiné. A fêmea, que é maior que o macho, pode chegar a 31 cm de envergadura e ter massa de até 12kg. Está ameaçada de extinção, em razão da destruição de seu habitat natural.

O órgão sexual da aranha macha está localizado no final de uma de suas patas.

As abelhas possuem cinco olhos; três pequenos no topo da cabeça e os dois maiores na frente.

Alguns insetos conseguem viver até um ano sem a cabeça.

Uma barata pode viver até 6 dias sem a cabeça; acaba morrendo de fome, porque não tem como se alimentar.

As formigas comunicam-se por meio do olfato.

Mosquitos são atraídos duas vezes mais pela cor azul do que por qualquer outra cor.

O inseto com o maior cérebro em relação ao tamanho do corpo é a formiga.

Os mosquitos fêmeos chupam o sangue, porque necessitam das proteínas para desenvolver os ovos que carregam.

Uma asa de mosquito move-se mil vezes a cada segundo.

As moscas domésticas vivem apenas 2 semanas.

Os mosquitos causaram mais mortes do que todas as guerras juntas.

A luz dos vaga-lumes é produzida pela oxidação de uma substância química chamada luciferina na presença de uma enzima chamada luciferase, de ATP (fonte de energia) e de magnésio. A cor e o ritmo da luz variam de acordo com a espécie. O animal pode controlar a produção, a duração e a intermitência (quantas vezes acende e apaga) da luz. A luminescência é um aviso aos inimigos para que se afastem. Nos adultos, também tem a função de atrair a fêmea para o acasalamento.