CRÔNICAS - Herbert Haeckel
Para um povo sem-vergonha, um representante que lhe equivalha!
(Herbert Haeckel)
A única certeza absoluta é a de que devemos duvidar de tudo. Já dizia Renatus Cartesius. E lá quinhentos anos quase se vão...
Gersino Furtado talvez nem imaginasse quem foi Cartesius e a importância do filósofo francês para as ciências. Gersino desviou-se da escola desde muito cedo. Aprendeu a ler e escrever - é verdade. E, deste tempo, trouxe o hábito, do qual nunca se afastou, de escrever na palma da mão esquerda o que vai fazer ou dizer.
Arquitetou uma carreira política. Não servia para nada mesmo - assim como a morte e os impostos, sua inutilidade era uma certeza inexorável.
E, convenhamos, se Gersino Furtado tivesse vivido na Florença do início do século XVI, teria sido o modelo para Niccolò di Bernardo dei Machiavelli: a política acima da moral e da ética...
Decerto, os leitores já se impacientam, com tantas voltas! Estais cobertos de razão!
Não estando Gersino habilitado para qualquer ofício, lançou-se candidato à prefeitura.
Empunhando uma vassoura, fez campanha esquivando-se dos opositores e prometendo limpar o que de imundo havia na política. Não se incluía na sujeira, conquanto evitasse ficar parado na calçada para não ser levado pelo serviço de coleta do lixo.
Além disso, porque desprovido de qualquer princípio moral, mentiu copiosamente. Mentiu porque sabia que o eleitor se encanta com as mentiras, mesmo aquelas pouco elaboradas; mentiu porque sabia que o eleitor não duvida da mentira.
Quereis a verdade? Antes, debruçai sobre os fatos e conhecei-os, e a verdade apresentar-se-vos-á!
Gersino Furtado elegeu-se. Antes que alguém lance um comentário a reprovar o resultado, dir-vos-ei que o representante é reflexo do representado: assemelham-se na índole, seja má ou boa!
Hoje, depois de dois anos, não se encontra um só eleitor de Gersino. Mais do que arrependidos, envergonhados.
E Gersino segue com seu projeto...
Não tem Furtado só no nome.
Aliás, todos que estão lá na prefeitura têm furtado!
Gersino Furtado talvez nem imaginasse quem foi Cartesius e a importância do filósofo francês para as ciências. Gersino desviou-se da escola desde muito cedo. Aprendeu a ler e escrever - é verdade. E, deste tempo, trouxe o hábito, do qual nunca se afastou, de escrever na palma da mão esquerda o que vai fazer ou dizer.
Arquitetou uma carreira política. Não servia para nada mesmo - assim como a morte e os impostos, sua inutilidade era uma certeza inexorável.
E, convenhamos, se Gersino Furtado tivesse vivido na Florença do início do século XVI, teria sido o modelo para Niccolò di Bernardo dei Machiavelli: a política acima da moral e da ética...
Decerto, os leitores já se impacientam, com tantas voltas! Estais cobertos de razão!
Não estando Gersino habilitado para qualquer ofício, lançou-se candidato à prefeitura.
Empunhando uma vassoura, fez campanha esquivando-se dos opositores e prometendo limpar o que de imundo havia na política. Não se incluía na sujeira, conquanto evitasse ficar parado na calçada para não ser levado pelo serviço de coleta do lixo.
Além disso, porque desprovido de qualquer princípio moral, mentiu copiosamente. Mentiu porque sabia que o eleitor se encanta com as mentiras, mesmo aquelas pouco elaboradas; mentiu porque sabia que o eleitor não duvida da mentira.
Quereis a verdade? Antes, debruçai sobre os fatos e conhecei-os, e a verdade apresentar-se-vos-á!
Gersino Furtado elegeu-se. Antes que alguém lance um comentário a reprovar o resultado, dir-vos-ei que o representante é reflexo do representado: assemelham-se na índole, seja má ou boa!
Hoje, depois de dois anos, não se encontra um só eleitor de Gersino. Mais do que arrependidos, envergonhados.
E Gersino segue com seu projeto...
Não tem Furtado só no nome.
Aliás, todos que estão lá na prefeitura têm furtado!
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